Veja bem meus queridos leitores, onde eles foram se reunir, no Boulevard Hotel, num salão nobre, com ar refrigerado de dar tremelique, água gelada, cafezinho e som de primeira - por que não foram se reunir na beira do Juá, no sol quente, tomando água do lago e café feito na chiculateira? Como requer a cultura bestial natureba.
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Nelson Vinencci é músico e compositor amazônico, nascido em Oriximiná Pará |
Uma
tolice! Assim vejo esse alvoroço besta sobre o loteamento Buriti na Rodovia
Fernando Guilhon. Esse projeto ousado é uma conquista do povo de Santarém, que
não pode passar centenas de anos condenado a crescer a base de
favela.
Desde a
colonização tem sido assim. O colonizador invadiu, saiu criando caminho de roça,
que virou ruela e depois rua, após acordarem para a modernidade, resolveram
planejar ruas e avenidas, mas tudo ficou meio que pelo caminho.
Santarém como outras cidades deste
país, cresceu na base de invasões. O êxodo rural se encarregou de povoar a
maioria das cidades deste Brasil avacalhado, Santarém está entre as piores em
planejamento, porque só teve até hoje, um, ou dois bairros,
pensados.
Agora
chega uma empresa de fora, porque nós daqui, não temos coragem e nem competência
para tal façanha, resolveu fazer uma extensão urbana planejada, como deve ser
qualquer projeto de moradia digna na atualidade, aí aparece uns bobões barbados,
umas freiras frustradas, tentando confundir o cidadão que quer ver Santarém
crescer bonito.
Pior,
encurralaram este magnífico projeto para um jogo já conhecido nosso, que é tudo
ser resolvido neste país a base de liminar. Ou seja, os ecos chatos pressionam a
justiça que embarga a obra, aí a empresa consegue uma liminar, continua, então
outra instância cassa a liminar, até chegar lá no topo da Justiça, que autoriza,
mas a desgraça já ta feita.
Porque
um projeto que inicialmente começou por um custo ‘x’, ao terminar a guerra na
justiça, os custos oneram absurdamente, e no final recai sobre o consumidor
final que é o cidadão que sonhou morar na beira do Juá e não numa favela, mas
numa casa descente, com água tratada, iluminação de qualidade, ruas e
logradouros planejados.
Esse
povo é tão sem noção que veja só o que escreveu o jornalista Jota Ninos, um dos
cabeças do movimento, ao comentar um artigo de jornal: “E publicarei sua nota
em meu blog. Informo ainda que hoje a noite (11/12), o Movimento em defesa ao
Lago do Juá reúne-se numa das salas do Boulevard Hotel para discutir detalhes do
ato público ABRAÇO AO JUÁ que realizaremos no dia 13/12.
Veja
bem meus queridos leitores, onde eles foram se reunir, no Boulevard Hotel,
num salão nobre, com ar refrigerado de dar tremelique, água gelada,
cafezinho e som de primeira - por que não foram se reunir na beira do Juá, no
sol quente, tomando água do lago e café feito na chiculateira? Como requer a
cultura bestial natureba.
Porque
não foram para a mata fechada no meio das formigas, fazer suas reuniões, já que
a mata é sagrada e é uma maravilha, melhor que uma casa de alvenaria e uma
central de ar ligada no toco? Para mim esse abraço ao Juá não passa de um abraço
de afogados.
Afogados na prática que destoa
absurdamente do discurso naturebista que só atrasa o nosso país e nosso
povo.
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