sábado, março 25, 2017

O Cristão e as Questões Políticas

"Quando os justos florescem, o povo se alegra; quando os ímpios governam, o povo geme." Provérbios 29:2-2

COMO O CRISTÃO DEVE TRATAR AS QUESTÕES POLÍTICAS

INTRODUÇÃO
É grande, profunda e crônica a decepção com os políticos. Uma onda de descrédito com os políticos varre a nação. Somos herdeiros de uma cultura extrativista. Nossos colonizadores vieram para o Brasil com a intenção de tirar proveito. Rui Barbosa alertou para o perigo das ratazanas que mordiam sem piedade o erário público, perdendo a capacidade de se envergonhar com isso. A maioria dos políticos se capitulam a um esquema de corrupção, de vantagens fáceis, de fisiologismo, nepotismo, enriquecimento ilícito, drenando as riquezas da nação, assaltando os cofres públicos e deixando um rombo criminoso nas verbas destinadas a atender às necessidades sociais. As campanhas milionárias já acenam e pavimentam o caminho da corrupção.

O resultado da corrupção, da má administração, do ganância insaciável pelo poder é que somos a oitava economia do mundo, mas temos um povo pobre, com mais de 50 milhões vivendo na pobreza extrema.

Diante desse quatro, muitos evangélicos ficam também desencantados com a política e cometem vários erros, como por exemplo: “Política é pecado”. “Política é coisa do diabo”. “O cristão não deve participar de política”. “O cristão deve ser apolítico”. “Toda pessoa que se envolve com política é corrupta”. “Todo crente que se envolve com política acaba se corrompendo”. “A política é mundana e não serve para os crentes”. “Não adianta fazer coisa alguma; devemos pregar o evangelho e aguardar o retorno do Senhor”.

Outros erros são cometidos: “Irmão sempre vota em irmão”. “Todo crente é um bom político”. “Político evangélico deve lutar apenas pelas causas evangélicas”. “O púlpito transforma-se em palanque político”. “A igreja troca voto por favores”.


Aqui eu Aprendi!
Em dólares, o tamanho da economia brasileira diminuiu em um quarto no ano passado e perdeu o posto de sétima maior do mundo. Dados do IBGE e do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que o tamanho do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 24,6% na comparação com 2014 quando convertido para a moeda americana. Levando-se em conta as estimativas do Fundo para o valor do PIB de 189 países, o Brasil foi ultrapassado pela Índia e Itália e, agora, passa a ser a nona maior economia do mundoRevista Veja - mar/2016 

Ruy Barbosa de Oliveira
Ruy Barbosa - 05/11/1849 - 01/03/1923

“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

“Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam com a outra. Antes se negam, se repulsam mutuamente. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada".


I. A LEGITIMIDADE DA POLÍTICA À LUZ DA PALAVRA DE DEUS
1. “Não se deve pôr em dúvida que o poder civil é uma vocação, não somente santa e legítima diante de Deus, mas também mui sacrossanta e honrosa entre todas as vocações” – Calvino.

2. Rm 13:1-7 – O poder civil é ministro de Deus para promover o bem e coibir o mal. Toda autoridade constituída procede de Deus e deve agir em nome de Deus. Quando ela se desvia pode e deve ser desobedecida e Deus mesmo a julga por sua exorbitância.

3. Homens de Deus exerceram o papel político em momentos críticos da história e foram divisores de água: José, Moisés, Josué, Gideão, Davi, Salomão, Josafá, Ezequias, Josias, Daniel, Neemias. Esses homens exercem o poder público com lisura, honradez e sabedoria.

4. Aristóteles afirma que o homem é um ser político. O homem pode ser apartidário, mas nunca apolítico. Tentar ser apolítico é cair no escapismo.

5. Politicamente podemos classificar as pessoas em:
1) alienadas; 
2) conscientizadas; 
3) engajadas.

II. A POLÍTICA NA HISTÓRICA BÍBLICA
1. No Velho Testamento – Do Patriarcado à Monarquia. Do Reino Unido ao Reino Dividido.

2. No Novo Testamento – Os partidos nos dias de Jesus:
1) Fariseus; 
2) Saduceus; 
3) Herodianos; 
4) Zelotes; 
5) Essênios. 

O ensino social de Jesus (parábola do Samaritano). Jesus confronta Herodes. A doutrina social de Paulo e Tiago.

3. A igreja e a política na Idade Antiga – Os imperadores

4. A igreja e a política no tempo dos Reformadores – A ética social de Calvino

5. A questão da Modernidade e da Pós Modernidade como favor de corrupção dos valores.

6. A supremacia dos valores da Reforma em relação aos padrões romanistas – “Do futuro dos povos católicos.”


III. PRINCÍPIOS DE DEUS QUE DEVEM REGER A POLÍTICA

1. O povo de Deus precisa ter critérios claros na escolha de seus representantes– Dt 17:14-20
Pessoas apontadas por Deus e não pessoas estranhas.

Pessoas que não se dobrem diante da sedução do PODER, SEXO, DINHEIRO.

2. O povo de Deus não deve ser omisso, mas líder na questão da política – Dt 28:13.
A atitude de omissão não corresponde aos princípios de Deus nem à expectativa de Deus.

O cristão preparado está em vantagem para governar – Pv 28:5; 26:1

O cristão não pode associar-se com pessoas inescrupulosas – Sl 94:20; Pv 25:26.

3. O povo de Deus precisa votar em representantes que amem a justiça – Pv 31:8,9.
O povo não está trabalhando em favor do político, mas o político em favor do povo.

O político precisa olhar com especial atenção para os pobres e necessitados, ou seja, precisa ter um política social humana e justa.


IV. O PERFIL DE UM POLÍTICO SEGUNDO OS PRINCÍPIOS DE DEUS

1. Vocação – John Mackay diz a distribuição de vocações é mais importante do que a distribuição de riquezas. Calvino entendia que o poder civil é uma sacrossanta vocação. Há pessoas dotadas e vocacionadas para o poder público. Uma pessoa não está credenciada para ser um bom candidato apenas por ser evangélica. Exemplo: José do Egito – Sempre foi líder em casa, na casa de Potifar, na prisão, no trono.

2. Preparo intelectual – O líder político precisa ser uma pessoa preparada. Ele precisa ter independência para pensar, decidir e lutar pelas causas justas. Ele não pode comer na mão dos outros. Ele não pode ser um refém nas mãos dos espertos. Exemplo: Moisés – Moisés se preparou 80 anos para servir 40. Ele aprendeu a ser alguém nas Universidades do Egito. Ele aprendeu a ser ninguém nos Desertos da Vida. Ele aprendeu que Deus é Todo-Poderoso na liderança do povo.

Aqui eu Aprendi!
Moisés passou:
40 anos pensando que era alguém;
40 anos aprendendo que não era ninguém,
40 anos aprendendo o que Deus pode fazer com alguém”

3. Caráter incorruptível – A maioria dos políticos sucumbem diante do suborno, da corrupção e vendem suas consciências. Há muitos políticos que são ratazanas, sanguessuga. Há muitos políticos que são lobos que devoram o pobre. Há muitos políticos que decretam leis injustas. O político precisa ser honesto e irrepreensível.
Exemplo: Daniel – Ele era sábio. Ele era líder. Ele era incorrupto. Ele era piedoso. Ele não era vingativo. Um exemplo oposto é ABSALÃO. Ele era demagogo e capcioso. Ele furtava o coração das pessoas com falsas promessas.

4. Coragem para se envolver com os problemas mais graves que atingem o povo – O político não pode ser uma pessoa covarde e medrosa. Ele precisa ser ousado. Neemias é o grande exemplo:
1) Ele ousou fazer perguntas; 
2) Ele se viu como resposta de Deus resolver os problemas do seu povo; 
3) Ele agiu com prudência e discernimento; 
4) Ele mobilizou o povo para engajar-se no trabalho com grande tato; 
5) Ele enfrentou os inimigos com prudência. Exemplo: Winston Churchil.

5. Visão – O político precisa ser um homem/mulher de visão. Ele precisa enxergar por sobre os ombros dos gigantes. Ele vê o que ninguém está vendo. Ele tem a visão do passado, do presente e do futuro. Ele antecipa soluções. 
Exemplo: José do Egito, Calvino. Veja Pv 11:14. Ester esteve disposta a morrer pela causa do seu povo.

"Sem diretrizes a nação cai; o que a salva é ter muitos conselheiros." Provérbios 11:14

6. Tino Administrativo – Há políticos que são talhados para o executivo e outros para o legislativo. Colocar uma pessoa que não tem capacidade gerencial para governar é um desastre. 
Exemplo: Neemias – ele revelou capacidade de mobilizar pessoas, resolver problemas, encorajar, e colocar as pessoas certas nos lugares certos para alcançar os melhores resultados.

7. Capacidade de contornar problemas aparentemente insolúveis – O líder é alguém que vislumbra saídas para problemas aparentemente insolúveis. 
Exemplo: Davi 
1) Ele viu a vitória sobre Golias quando todos só olhavam para derrota; 
2) Ele ajuntou 600 homens amargurados de espírito e endividados e fez deles uma tropa de elite; 
3) Ele reanima-se no meio do caos e busca força para reverter situações perdidas 

"Davi ficou profundamente angustiado, pois os homens falavam em apedrejá-lo; todos estavam amargurados por causa de seus filhos e suas filhas. Davi, porém, fortaleceu-se no Senhor seu Deus." 1 Samuel 30:6.

8. Não temer denunciar os erros dos poderosos – Samuel denunciou os pecados de Saul (1 Sm 15:10-19). Natã não se intimidou de denunciar o pecado de Davi. João Batista denunciou Herodes.


CONCLUSÃO

1) Como votar?
Devemos escolher um candidato pela sua vocação, preparo, caráter, compromisso com o povo e propostas: Há coisas básicas: saúde, educação, emprego, segurança, moradia, progresso. Se temos pessoas evangélicas com esse perfil, demos a elas prioridade em nosso voto. Mas seria irresponsabilidade votar numa pessoa apenas por ser evangélica se ela não tem essas credenciais.

2) Como fiscalizar?
A igreja é a consciência do Estado. Ela exerce voz profética. Ela precisa votar e acompanhar e cobrar dos seus representantes posturas dignas, sobretudo nos assuntos de ordem moral e social: casamentos gays, aborto, etc.

3) Como encorajar?
A Bíblia nos ensina a interceder, honrar e obedecer as autoridades constituídas.


por Hernandes Dias Lopes

A Igreja e a Politica

[...] Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus” Mt 22.21

“O Princípio da Obediência Civil
Como discípulos de Cristo, obrigamo-nos a exercer plena e exemplarmente a nossa cidadania terrena, pois somente assim viremos a glorificar o Pai Celeste. Afinal, somos cidadãos dos santos e representantes do Reino de Deus. Cabe-nos, por isso, observar rigorosamente o que nos recomenda a Bíblia Sagrada.

1. A doutrina da obediência civil. É o ensinamento bíblico que aponta os deveres do cidadão às leis e deliberações do governo secular. Esse princípio foi exposto de maneira bastante clara pelo apóstolo Paulo (Rm 13.1-7).

2. As obrigações sociais do cristão. Estas são as principais obrigações do cristão numa sociedade politicamente organizada: orar e promover a paz da cidade (Jr 29.7); honrar os governantes e interceder por eles; submeter-se às autoridades (Rm 13.1) e pagar impostos (Rm 13.7).

Quer na vida particular, quer na pública, deve o cristão ser um exemplo de lisura e incorruptibilidade, principalmente se exercer algum cargo eletivo. Todavia, jamais deve abrir mão de sua consciência cristã. Ele obedecerá às leis, sim; contudo, rejeitará as que contrariarem a Palavra de Deus” (ANDRADE, Claudionor. As Novas Fronteiras da Ética Cristã. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2015, p.218).

A fé cristã tem por princípio o respeito às autoridades constituídas, mas entende que obedecer a Deus é muito mais importante.

Diante da crise política e ética que o país vem enfrentando, muitos não querem nem ouvir falar desse tema. Todavia, o que temos visto atualmente não é política, mas na verdade é politicagem. Homens que legislam em causa própria e não em favor do bem comum. Porém, como crentes, temos que orar pelas autoridades e respeitá-las. Mas, antes de obedecer aos homens, temos que obedecer a Deus. Não é porque o Senado aprova uma lei que ela passa a ser correta perante o Senhor. Vários partidos e grupos da sociedade civil estão lutando para legalizar o aborto e o uso de drogas. Ainda que estes grupos consigam que a lei do aborto seja aprovada, como crentes, vamos continuar afirmando que matar um inocente é um crime e que fere os princípios divinos. Como crentes precisamos obedecer às leis, apesar disso, temos o dever de rejeitará as que contrariam a Palavra de Deus.

Leitura Bíblica: Romanos 13.1-7

INTRODUÇÃO
O homem é um ser político, e, como tal, tem necessidade de se relacionar com outros de sua espécie. Deus estabelece autoridades para que governem e façam justiça no mundo, a fim de que haja ordem e boa convivência entre os homens. Mas até que ponto os cristãos devem se sujeitar às autoridades? Quais são as obrigações delas diante de Deus? É possível um cristão ser do meio governamental e manter sua integridade? E os deveres dos cristãos para com os governos? Sobre esses assuntos trataremos nesta lição.


I. AS AUTORIDADES CONSTITUÍDAS E A SUBMISSÃO A ELAS

1. Os deveres das autoridades.
Autoridades existem para trazer ordem para a sociedade. Sem organização, leis e instituições que as façam ser cumpridas, a vida em sociedade se torna inviável. As autoridades precisam também zelar pelo bem-estar de todos.

Em nosso sistema político, no qual o Estado é dirigido por governantes e legisladores eleitos pelo povo, os que ocupam cargos púbicos devem exercer seus mandatos em prol do bem comum, agindo com transparência e honestidade em suas atribuições. Bons governantes são queridos pelo povo, mas os maus são uma vergonha para qualquer nação.

2. Orando pelas autoridades.
Autoridades e pessoas que estão em posição de evidência necessitam de nossas orações. Paulo recomendou a Timóteo que “antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1Tm 2.1-4).

Estar em posição de poder expõe-nos a diversas situações que, de outra forma, provavelmente não seríamos tentados pela corrupção, pelo dinheiro, pela manipulação do poder com finalidades diversas daquelas para as quais somos chamados. As autoridades precisam ser alvo da oração dos santos, não apenas para que ajam de forma correta, mas para que pensem e governem para os que, nelas, depositaram toda a confiança.

3. A sujeição às autoridades.
A sujeição às autoridades é um mandamento bíblico (Rm 13.1). Deus nos ordena que respeitemos as autoridades constituídas. Se desejamos ter um viver quieto, devemos cumprir as nossas obrigações em todos os aspectos, para não darmos mau testemunho. Uma de nossas obrigações, como cidadãos, é escolher aqueles que nos governarão. Essa escolha não deve ser leviana, pois colocando no poder pessoas sem integridade e sem temor de Deus, nós mesmos seremos atingidos: “Quando os justos se engrandecem, o povo se alegra, mas, quando o ímpio domina, o povo suspira” (Pv 29.2).

Não podemos esquecer também de que devemos maior submissão a Deus. Somos cidadãos dos céus, e se tivermos de escolher entre submeter-nos a leis injustas e obedecer a Deus, vale o que disse o apóstolo Pedro, quando instado a não mais falar de Jesus: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29).

As pessoas que ocupam cargos públicos devem saber que há um Deus nos céus, que a tudo observa e recompensa, tanto em relação ao bem quanto em relação ao mal.

II. DANIEL, EXEMPLO DE SERVO NO EXÍLIO

1. Daniel.
Era um jovem hebreu levado à Babilônia depois que Jerusalém foi sitiada por Nabucodonosor (Dn 1.1). Esse jovem pertencia à linhagem nobre de Israel, e foi levado cativo à Babilônia para ser treinado na língua e na cultura dos caldeus. Seu traslado tinha como objetivo forçá-lo a portar-se como nobre de outra cultura.

Conforme Daniel 1.3,4, os moços a serem levados para a Babilônia deveriam ser “dos filhos de Israel, e da linhagem real, e dos nobres, jovens em quem não houvesse defeito algum, formosos de aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e sábios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para viver no palácio do rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus”. As características eram bem específicas e inerentes à vida política: Saber viver no palácio com inteligência e sabedoria.

2. Daniel, o profeta.
Ele se destaca nas Sagradas Escrituras por, entre outras coisas, sua atividade profética. Esse servo de Deus passou por três imperadores, e se manteve íntegro em seu trabalho político. Sua vida de graça e seu exemplo nos mostra que é possível ser um homem, ou mulher de Deus, no mundo político. Como homem de Deus, advertiu a Nabucodonosor a que agisse de forma correta em seu reino antes de o monarca pagar um alto preço por sua arrogância: “Portanto, ó rei, aceita o meu conselho e desfaze os teus pecados pela justiça e as tuas iniquidades, usando de misericórdia para com os pobres, e talvez se prolongue a tua tranquilidade” (Dn 4.27).

3. Daniel, o homem público.
Daniel não foi somente um profeta, e esse é o segundo motivo que o destaca nas Escrituras. Ele foi um homem público conhecido por sua integridade. Pela sua formação, estava apto a atuar na esfera governamental, e, pelo caráter como homem de Deus, foi um exemplo de gestor e conselheiro; não se furtou a ser usado por Deus para repreender e advertir governantes ímpios.

A Bíblia diz que o rei Dario tinha a intenção de torná-lo um funcionário público de maior destaque ainda (Dn 6.1-3). Mas os seus opositores buscaram algo que desabonasse sua conduta: “Então, os príncipes e os presidentes procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum vício nem culpa. Então, estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu Deus” (Dn 6.4,5). De fato, Daniel era um homem de comprovada integridade moral e espiritual. Deus, nessa ocasião, livra Daniel na cova dos leões, pune seus adversários e concede ao seu servo mais tempo para dar testemunho do Deus de Israel em terra estrangeira, além de revelar ao profeta muitas coisas que haveriam de ocorrer no fim dos tempos.

Saiba mais sobre Daniel:  O Livro de Daniel - um legado para os dias de hoje


É possível ser um homem ou mulher que tome decisões que agradem a Deus em qualquer lugar, inclusive nos meios políticos e governamentais.

III. JOSÉ, ADMINISTRADOR NO EGITO

1. José.
Ele era filho de Jacó e bisneto de Abraão. Criado em uma família com vários filhos de várias mulheres, José foi educado como o preferido de seu pai (Gn 37.3). Após ter sonhado duas vezes que, um dia, estaria em posição de autoridade, seus irmãos o venderam como escravo e fizeram de sua vida uma sucessão de tormentos (Gn 37.1-36). Ele foi escravo e presidiário no Egito, mas nessas duas situações, vemos que Deus era com José, tanto na casa de Potifar, como escravo, quanto na prisão (Gn 39.2,21). Do cárcere, Deus o exaltou, levando-o à presença de Faraó, onde foi colocado como o segundo homem no comando do Egito.

2. José, líder no Egito.
Após chegar a uma posição de destaque, José teve de lidar com a política egípcia para colocar seus projetos em voga, conseguindo estocar alimentos para os períodos de fome na terra (Gn 41.48,49). Além disso, comprou terras para Faraó, e orientou a divisão de víveres para os habitantes do Egito e àqueles que, para lá, iam para comprar alimentos.

3. José, o governador.
Como a fome naqueles dias se tornou impiedosa, os irmãos de José foram ao Egito adquirir alimentos, e se depararam com José, sem o saber. Como governador do Egito, José poderia usar de suas prerrogativas políticas para castigar seus irmãos pelo mal que lhe fizeram. Eles chegaram a dizer, em outras palavras, que José estava morto: “[...] Nós, teus servos, somos doze irmãos, filhos de um varão da terra de Canaã; e eis que o mais novo está com nosso pai, hoje; mas um já não existe” (Gn 42.13). Depois José se deu a conhecer a eles, trouxe-os para serem preservados no Egito e reencontrou seu pai, Jacó, em um dos encontros mais marcantes das Sagradas Escrituras: “Então, José aprontou o seu carro e subiu ao encontro de Israel, seu pai, a Gósen. E, mostrando-se-lhe, lançou-se ao seu pescoço e chorou sobre o seu pescoço, longo tempo. E Israel disse a José: Morra eu agora, pois já tenho visto o teu rosto, que ainda vives” (Gn 46.29,30). Apesar de tudo, José perdoou seus irmãos, se fez conhecer, reencontrou seu pai e fez com que sua família fosse preservada no Egito. E como homem de Deus, profetizou: “Certamente, vos visitará Deus, e fareis transportar os meus ossos daqui” (Gn 50.25). Mesmo podendo se utilizar do poder que tinha nas mãos, punindo seus próprios irmãos por tudo o que fizeram, José preferiu lembrar das promessas feitas a Abraão, e rogou pelos filhos de Israel sobre a terra que Deus lhes daria.

Saiba mais sobre José:  José, a realidade de um sonho

Deus fez José prosperar em lugares pouco prováveis, e recompensou sua integridade guardando-o da morte e tornando-o uma pessoa importante em terra estranha.


CONCLUSÃO

É possível a uma pessoa, em posição de autoridade no mundo político, ser íntegra e trabalhar pelo bem do povo. E, como cristãos, devemos orar por tais pessoas, para que exerçam com sabedoria a vocação para a qual foram chamadas.


Fonte:
Lições Bíblicas - 1º trim.2017 - A Igreja de Jesus Cristo - Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno - Comentarista: Alexandre Coelho - CPAD

Uma vida de Frutificação

Toda vara em mim que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto” Jo 15.2

Só é possível frutificar no Reino de Deus se estivermos em Cristo Jesus. Esta é a conclusão que seu aluno precisa chegar ao final deste trimestre. Ao longo dele, vimos o caráter bíblico e prático acerca do Fruto do Espírito como oposição às Obras da Carne. Neste trimestre, destacamos o embate que se dá na vida do cristão em relação ao “frutificar” no Reino de Deus e o de manifestar as obras da carne. Nesse aspecto, trabalhamos as seguintes oposições: Alegria x Invejas; Paz x Inimizades; Paciência Dissensões; Benignidade x Porfias; Bondade x Homicídios; Fidelidade xIdolatria e Heresias; Mansidão x Pelejas; Temperança xProstituição e Glutonaria. Concluindo que o amor é a razão ímpar para frutificarmos na presença do Senhor. Propositalmente, o tema do amor foi colocado como o último na lista do Fruto do Espírito.

Por isso, a parábola da vinha ganha uma grande importância em nosso estudo. Fomos chamados para dar fruto no Reino de Deus, onde, segundo o teólogo Benny C. Aker, “Jesus é o tronco, o Pai é o jardineiro e os crentes em Jesus são os ramos” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, p.587). O que João 15 deixa muito claro é que ninguém pode frutificar no Reino de Deus se não estiver firmado em nosso Senhor: “Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer” (15.5). Todo discípulo é chamado por Jesus para dar muito fruto. Mas há uma pergunta imediata que precisa ser feita: Que fruto é este?

O texto bíblico responde taxativamente: “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. [...] Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. [...] Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros” (vv.12,14,17). De modo que o teólogo Donald Stamps confirma esse entendimento e o amplia conforme Gálatas 5: “Todos os cristãos são escolhidos ‘do mundo’ (v.19) para ‘dar fruto’ para Deus (vv.2,4,5). Essa frutificação se refere (1) às virtudes espirituais tais como as mencionadas em Gl 5.22,23 — amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança (cf. Ef 5.9; Cl 1.10; Hb 12.11; Tg 3.18) e (2) à conversão a Cristo doutras pessoas (4.36,12.24)” (Bíblia de Estudo Pentecostal, p.1603).

Portanto, conscientize os alunos a buscarem a frutificar no Reino de Deus, na força do Espírito Santo amando a Deus e ao próximo na perspectiva do Fruto do Espírito. (Revista Ensinador Cristão nº69)

Fomos chamados pelo Pai para produzirmos bons frutos a fim de que o nome dEle seja glorificado. Os dons espirituais são importantes para o crente, mas estes precisam ser acompanhados do fruto, pois o fruto está relacionado ao caráter de Cristo em nós. Ele evidencia a nossa comunhão com o Pai e o quanto temos aprendido com Ele.

INTRODUÇÃO

Nesta última lição do trimestre, estudaremos a respeito da frutificação na vida do crente. Você tem produzido o fruto do Espírito? Precisamos frutificar! Por isso, necessitamos estar ligados à Videira Verdadeira. É Cristo em nós que nos permite produzir o fruto do Espírito. Sem Ele nada podemos (Jo 15.4). O propósito de uma vida frutífera é tão somente glorificar o Pai (Jo 15.8).

O crente só terá uma vida frutífera se estiver ligado à Videira Verdadeira, Jesus Cristo.

Leitura Bíblica em classe: João 15. 1-6  (sugestão: estude o capitulo todo)


Frutificar é frutescer, produzir resultados, ser útil, dar lucro. Deus fez a terra com a capacidade de ser produtiva. Nela constam elementos que a fazem produzir. Porque a terra por si mesma frutifica; primeiro, a erva, depois, a espiga, e, por último, o grão cheio na espiga (Mc 4.28).

Na vida espiritual, para que de fato haja frutificação, isto é, o efeito de frutificar, é imprescindível que a terra do coração seja trabalhada pela Palavra de Deus. Dessa forma, os bons frutos irão aparecer, e é por meio dessa fertilidade que se prova a fidelidade do crente (Mt 13.8).

A Parábola da Videira e seus Ramos

1. Limpeza pela Palavra (Jo 15.1-6)
A primeira coisa que vemos quando lemos o capítulo 15 de João, é que não há como acontecer produtividade se não houver investimento, mas note que Deus investiu grandemente em Israel, que é comparado a uma videira (Is 5.1,2; Sl 80.8-19), esperando fruto, mas não aconteceu.

Deus investe no seu Filho, que no texto aparece como a genuína videira. Ele faz isso porque sabe que é por intermédio do seu filho que a vida verdadeira para o mundo irá surgir. É dEle que vem a seiva para a salvação, a capacidade para a frutificação. Há um cuidado especial do Pai com a videira, Cristo, mas Ele cuida dos ramos produtivos, eliminando os galhos que não servem para nada, para que a produção seja ainda maior.

A produtividade espiritual é possível quando acontece tanto o aírei, que aqui é uma ação direta de Deus de tirar, arrancar, quanto o kathaírei, que é a ação de limpar, podar, ou fazer sua própria análise. Essas duas ações acontecem por meio da Palavra.

2. Capacitados para produzir frutos (Jo 15.7,8)
Não há capacidade em nós mesmos para produzirmos o fruto; ele é resultado da nossa permanência em Cristo Jesus. Observe que o verbo imperativo grego meínate, permanecei, é o segredo para que a produtividade aconteça, pois é de Cristo que sai a vida para o ramo a fim de que a produção do fruto do Espírito seja real.

Quem permanece em Cristo recebe a seiva para não ser um ramo inútil, infrutífero. Muitas pessoas ficam impressionadas com o desempenho do grande ministério do apóstolo Paulo, como ele conseguiu levar tão longe a mensagem do evangelho e escrever tantas cartas. O segredo é que ele sempre permanecia em Cristo, recebia dEle a vida verdadeira: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (G1 2.20).

Improdutividade, esterilidade, falta de fruto, é resultado da quebra de comunhão com Cristo. Israel desvencilhou-se da vontade de Deus, por isso se tornou apenas um galho seco de uma videira, que não prestava para nada, a não ser para ser queimada.

A produtividade é frutescente quando Cristo e sua Palavra habita no crente. Note que a preposição grega en, que tem vários sentidos: de lugar, de causa, de tempo, nesse texto de João está sendo usada para expressar o envolvimento completo de estar dentro de Cristo ou Ele estar dentro de nós.

É interessante ressaltar que em João 1.1 diz-se que o verbo se fez carne. A palavra “verbo” já aparecia nas páginas do Antigo Testamento, só que com o conceito de sabedoria. Logos quer dizer palavra. A razão de João fazer uso dessa palavra é porque no seu tempo todos sabiam muito bem o sentido e a expressão que essa palavra tinha, o que ela enunciava; todavia, o propósito de João fazer uso dessa palavra é que ele usa esse logos para denotar a palavra de Deus em ação conforme também registra o escritor aos hebreus (Hb 1.1-3). Esse logos, palavra, pode ser entendido como o logos cósmico, isto é, o agente de toda a criação. João especifica que dEle não vem somente a vida, mas que Ele é a própria vida, é Ele quem dá a verdadeira luz, conhecimento da própria vida de Deus (Jo 17.3). Esse conhecimento que o verbo dá de Deus, possibilita ao homem receber as verdades divinas; assim ele pode deixar as trevas, que é a vida moral comprometida com o pecado.

Mas no texto Jesus diz que se suas palavras estivessem nos seus discípulos. Observe que nesse caso Ele faz uso de hêma, que é a palavra falada, dizeres, expressão, mas tudo se resume em Cristo, de modo que quer eles estivessem em Jesus, quer na Palavra, estariam vivendo e recebendo a verdadeira vida.

É a fé que leva a oração do crente a ser atendida quando segue todo o ensino dito por Jesus, e os que permanecem em sua Palavra são transformados, purificados para dar muitos frutos. É importante entender uma coisa: oração respondida é também frutificação espiritual (Jo 14.13), e pela produção de fruto o Pai é glorificado, pois isso prova o relacionamento perfeito que o crente está tendo com Ele. Entendemos então que estar em Cristo e nos seus ditos é a forma de sermos capacitados para produzirmos muito para Deus. Isso dá glorificação ao Pai, pois prova que o crente está produzindo o fruto segundo a sua espécie, ou seja, ele está sendo semelhante a Jesus, e tal fruto é o descrito em Gálatas 5.22. Não há como duvidar, quem está em Cristo reproduz seu caráter (Jo 8.31; l Jo 3.2).

3. Permanecendo no amor de Cristo (Jo 15.9-11)
É no relacionamento do Pai com o Filho e do discípulo com Cristo que o verdadeiro amor se processa, gerando vida, alegria, obediência, sem qualquer constrangimento. O desejo de Jesus para que todos permanecessem nEle, isto é, no seu amor, é porque tudo vinha do Pai, pois assim como Ele era amado, quem permanecesse nEle seria amado também (Jo 3.35; 5.20). Jesus sempre permaneceu no amor do Pai, isso é comprovado por causa de sua obediência, sempre fazendo aquilo que lhe agradava (Jo 8.29). A grande prova do amor dos discípulos para com Jesus estava na obediência plena ao Pai. Se assim eles procedessem, estariam sempre tendo aprovação em tudo e gozando da companhia divina. É impossível um cristão ser produtivo fora da obediência a Cristo, aos seus ensinos, pois o amor, como virtude do fruto do Espírito, leva o crente a ser obediente, para que Deus possa se comprazer nele.

4. amor de uns para com os outros (Jo 15.12-17)
Jesus ensina os discípulos a amar não tomando como base qualquer filosofia ou uma figura humana, mas Ele usa a si mesmo, dizendo: Como eu vos amei... Jesus amou se doando (Jo 3.16). Os discípulos foram objetos do amor verdadeiro de Jesus cristo, por isso logo, logo eles irão se multiplicar, porque irão amar de modo semelhante.

A frutificação espiritual só acontece quando o amor verdadeiro é posto em pratica, se doando, se sacrificando. Foi nesse mesmo sentimento que Paulo disse que, se possível, queria ser separado de Cristo por causa de seus irmãos (Rm 9.3). O amor que está em evidencia aqui é o Ágape.

Jesus procurou desenvolver com esses discípulos um bom relacionamento, uma amizade marcada pelo amor e obediência. Ele abre o seu coração e lhes diz o porquê de sua vinda ao mundo e morte. Naquele momento, Jesus não estava se relacionando com eles no nível de escravo, posição que eles continuarão tendo, mas como amigo estaria manifestando seus sentimentos, planos, esperanças, pois o escravo não precisa saber do que o seu Senhor pensa.

Note que sempre Jesus procura voltar ao tema do assunto que abriu a seção: videira e ramo, pois seu alvo é que todos sejam frutescentes. Os discípulos teriam que produzir o fruto da videira, isto é, Cristo, pois desse modo dariam frutos bons, duráveis. Ligados em Jesus, tudo que seus servos fazem é bem aceitável, é de qualidade.

Podemos dizer que, vivendo no amor de Cristo, é do sacrifico, da doação, do bom relacionamento, da amizade, que fica provado que esta é a base, o fundamento para que aconteça a verdadeira frutificação espiritual. Se o amor não estiver presente, tudo será em vão, como disse Paulo.

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria." 1 Coríntios 13:1-3

5. O amor que nos torna fortes (Jo 15.18-25)
Nos tempos antigos, especialmente quando eram intensas as perseguições contra os servos de Cristo, eles venceram porque cultivaram o amor de Cristo em seus corações. Em nossos dias estamos vendo a revolta de muitos contra os cristãos, aqueles que procuram fazer a vontade de Deus, mas a igreja só poderá vencer se realmente firmar no amor ensinado pela Palavra.

O mundo sem Deus está no controle do maligno, seu propósito sempre é ser contrario àquilo que fere seus desejos pecaminosos. Jesus foi objeto de ódio dos pecadores, porque falava a verdade; os discípulos foram perseguidos da mesma forma, porque estavam no mundo, mas fora do mundanismo, da carnalidade. Nisso consistia o ódio para com eles.

Jesus passa a dar instrução aos seus discípulos quanto aos sofrimentos a que seriam submetidos e como eles poderiam suportar (Mt 10.22). quem permanecesse nEle ficaria de pé. O relacionamento de Jesus com os seus discípulos era tão forte, o amor que os ligava era tão lindo, que quando Paulo estava perseguindo os crentes, o próprio Jesus lhe disse: Por que me persegues? (At 9.4; 22.7).

Jesus diz que a geração do seu tempo estaria em condições lamentáveis, porque nenhuma outra teve o privilégio que agora estava tendo, pois estavam contemplando o amor de Deus expresso em sua pessoa, viram suas grandes obras, ouviram suas palavras, pelas quais poderiam mudar de vida, mas rejeitaram, por isso teriam uma sentença maior (Mt 11,23,24).

Alguém pode perguntar: Mas por que tanto ódio contra esses discípulos? Jesus vinha de Deus, os discípulos vinham dEle, todo o relacionamento aqui era espiritual, estava fora do poder do mundo pecaminoso, era contra o pecado, sendo que essa oposição não era tolerada. É o que acontece atualmente; muitas pessoas não gostam dos crentes porque reprovam as obras da carne, das trevas, as quais são praticadas por aqueles que não querem vir par a luz. Paulo diz que até falar das obras que os homens sem Deus praticam é vergonhoso (Ef 5.12). Jesus se revelou como amor, o mundo o odiou. Jesus se revelou como a luz, o mundo não quis brilhar. Jesus se revelou como a vida, eles não quiseram. Jesus se revelou como o caminho, pão, água, e eles descartaram.

Jesus diz que todo o ensino que transmitiu aos seus discípulos não deixaria de ter seu vigor, pois quando Ele fosse retirado deste mundo, o Espírito Santo estaria com eles, capacitando-os a suportarem toda e qualquer situação ou perseguição difícil (Mt 10.19) e uma prova de que isso aconteceu pode ser vista em Atos 5.32. O Espírito Santo estaria no coração dos discípulos fortalecendo-os nas verdades ensinadas por Jesus, posto que Ele é a própria verdade (Jo 14.17).

O fundamento da frutificação espiritual está em ser cheio do Espírito Santo e de amor.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
A poda dos ramos (Jo 15.1-10)
‘Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador’. Neste versículo, ‘eu’ e ‘verdadeira’ em grego são enfáticos. Assim, em contraste com os outros (os líderes religiosos) que reivindicam ser parte do verdadeiro povo de Deus, Jesus e seus seguidores emergem como o verdadeiro povo. Isto enfatiza sua singularidade como o caminho para Deus.

No versículo 2, surge o assunto desta seção: a santificação. A palavra que a expressa é o verbo ‘limpar’ (cortar, desbastar, podar). Esta palavra pertence ao aspecto religioso de ‘tornar santo’ ou ‘santificar’. O que se presume, então, é uma visão da Igreja discutida acima, mas o que fica óbvio é que Deus limpa o crente; e esta alegoria da vinha apropriadamente expressa isso. Também deve ser observado que a santificação é um processo normal do discipulado. O propósito da poda é aumentar a frutificação.

Os versículos 3 a 5 falam da união de Jesus e os crentes em termos figurativos dos ramos e do tronco. Jesus expressa o fato dessa união de palavras: ‘Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado’ (v.3). Mas resultado dessa união é o processo de crescimento — em termos figurativos: dar frutos. Considerando que um ramo não pode dar frutos a menos que esteja ligado ao tronco (a pessoa tem que permanecer em Cristo), o fruto tem um significado certo. No contexto dos capítulos 13 a 17, o fruto é o amor, característica fundamental de Deus. Para poder viver como Deus, a pessoa tem de nascer de novo e segui-lo. Este amor tem de ser desenvolvido pelo ‘processo da poda’” (Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4ª Edição. Volume 1. RJ: CPAD, 2009, p.586).

Podar é aparar os ramos que estão atrapalhando o desenvolvimento da planta. A poda ajuda a produzir novos ramos, fazendo com que a produção de frutos seja maior. Na vida espiritual, também somos podados e cuidados pelo Senhor. Ele retira de nós tudo que nos impede de frutificar. Contudo, se depois de cuidados não produzirmos frutos, não resta alternativa a não ser o corte e o descarte no fogo (Jo 15.2). Na vinha do Senhor, não há ramos para enfeitar, todos precisam ser frutíferos.

Sendo produtivos
“Uma videira que produz muito fruto glorifica a Deus, pois Ele envia diariamente a luz do sol e a chuva para fazer crescer as colheitas, e nutre constantemente cada planta, preparando-a para florescer. Que momento de glória será para o Senhor quando a colheita for trazida aos celeiros, madura e pronta para usar! Ele fez isto acontecer! Esta analogia agrícola mostra como Deus é glorificado quando estamos em um relacionamento correto com Ele e começamos a ‘dar muito fruto’ em nossas vidas”. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal, CPAD, p.578.

Segundo os agrônomos, a videira leva três anos para dar os primeiros frutos. As uvas não nascem logo depois da semente germinar no solo. É preciso tempo e muitos cuidados. Na vida espiritual, é preciso discipulado, ensino da Palavra de Deus. Contudo, para ser frutífero é imprescindível estar ligado a Cristo, a Videira Verdadeira. Longe dEle não existe vida, apenas morte. Quando os ramos se afastam da Videira, logo deixam de receber da sua seiva, tornando-se secos e infrutíferos.

O princípio da frutificação está revelado no primeiro capítulo de Gênesis (Gn 1.1). Note que a lei agrária estabelecida por Deus determina que cada planta e árvore produza fruto segundo a sua espécie.
A frutificação espiritual segue o mesmo princípio. João Batista, o precursor do Messias, exigiu dos seus convertidos: ‘Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento’ (Mt 3.8). Em João 15.1-16, Jesus enfatizou este princípio deixando claro aos seus seguidores que para darem fruto exuberante para Deus, necessário é que antes cresçam em Cristo e nisso perseverem seguindo os ensinos da Palavra de Deus. Boas condições de crescimento e desenvolvimento da planta no reino vegetal, sem esquecer da boa saúde da semente e do meio ambiente ideal e da limpeza, são elementos indispensáveis para a boa frutificação. É também o que ocorre no reino espiritual, na vida do crente, na Igreja, para que haja em todos nós fruto abundante para Deus.

De que tipo de fruto Jesus estava falando em João 15.1-16?
A resposta nos é dada em Gálatas 5.22: ‘O fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança’. Em outras palavras, o fruto do Espírito é no crente a existência de um caráter semelhante a Cristo: um caráter que testemunha de Jesus e que o revela em seu viver diário. É a breve vida de Cristo manifesta no cristão. Como é que o povo à nossa volta está vendo Cristo em nós? Em família, no emprego, nas viagens, na escola, na igreja, nos relacionamentos pessoais, nos tratos, no lazer, no porte em geral, na vida cristã? (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1723).

“Qual o propósito da frutificação na vida do crente?”


Fomos alcançados pela graça e o amor de Cristo (Rm 3.24). A graça divina, além de destruir os pecados, enxerta em nós a semente do amor. O amor nos ajuda a vencer os efeitos da arrogância, o egoísmo e a incredulidade.

Cristo é o nosso exemplo por excelência de amor altruísta.

Por que o amor é a base da frutificação?
Porque ele é o alicerce de todas as virtudes (1Co 13.13). Não podemos nos esquecer que o amor deve ser revelado em atitudes. Não adianta dizer que ama e tem fé se não tiver as boas obras (Tg 2.14). A fé sem obras e sem amor é morta (Tg 2.17,26). O amor precisa ser visto mediante as nossas obras. Existem muitas pessoas carentes e necessitadas que precisam do nosso amor e ajuda.

O amor é gerado em nossos corações pela ação do Espírito Santo.

CHAMADOS PARA FRUTIFICAR

1. Revestidos de amor.
Em Colossenses 3.12, Paulo orienta os crentes para que se vistam de misericórdia, benignidade, mansidão e longanimidade. Busquemos “as coisa que são de cima” (Cl 3.1,2). Suas atitudes devem refletir tal verdade. Mediante a fé no sacrifício de Cristo, já retiramos a “roupa velha”, nossos trapos de imundícia, que é a natureza pecaminosa.
O amor, fruto do Espírito, em nossa vida nos conduz:

a) A frutificar em nosso relacionamento espiritual. Passamos a experimentar uma maior comunhão com o Pai mediante a oração, o jejum e a leitura da Palavra de Deus.

b) A ter um relacionamento conjugal frutífero. Se amarmos a Deus amamos também o nosso cônjuge com um amor altruísta. Amar a esposa é um princípio divino para os maridos: “Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesma se entregou por ela” (Ef 5.25).

c) A ter um relacionamento familiar frutífero. A esposa será submissa ao marido e os filhos lhe serão obedientes (Ef 5.22, 6.1);

2. Se a Palavra estiver em nós.
Só é possível frutificar se Cristo e suas palavras estiverem plantados em nós. Essa também é a condição para que as nossas orações sejam ouvidas e respondidas (Jo 15.7). É por intermédio das palavras de Jesus, ou seja, por meio de seus ensinamentos, que podemos orar corretamente, segundo a vontade do Pai. As palavras de Jesus fazem com que venhamos nos tornar semelhantes a Ele.

3. Cumprindo a lei.
Na Epístola aos Romanos, Paulo trata com profundidade a respeito da lei. Ele mostra que somente o que ama tem condições de cumprir a lei: “[...] quem ama aos outros cumpriu a lei” (Rm 13.8). O apóstolo também exorta os crentes, afirmando que “o cumprimento da lei é o amor” (Rm 13.10). O amor de Cristo, em nós, nos ajuda a observar os mandamentos e princípios divinos para a nossa vida.

"Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor." 1 Coríntios 13:13

CONCLUSÃO
O amor de Deus por nós é singular. Quando experimentamos desse amor somos transformados e, então, passamos a produzir o fruto do Espírito. Que venhamos a frutificar em todas as áreas da nossa vida, a fim de que o nome de Jesus, o nosso amado, seja glorificado e exaltado.

Fonte:
Livro de Apoio 1º trim 2017 - As Obras da Carne e o Fruto do Espírito - CPAD - Osiel Gomes
Revista Bíblica As Obras da Carne e os Frutos do Espírito - Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente - 1º sem_2017 - CPAD - Comentarista Osiel Gomes
Bíblia Defesa da Fé
Bíblia de Estudo Pentecostal
Dicionário Wycliffe
Aqui eu Aprendi!

QUINTA-FEIRA, 23 DE MARÇO DE 2017


O que posso fazer por minha Igreja

Servi ao SENHOR com alegria e apresentai-vos a ele com canto” Sl 100.2

"Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria; e entrai diante dele com canto. Sabei que o Senhor é Deus; foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do seu pasto. Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o seu nome. Porque o Senhor é bom, e eterna a sua misericórdia; e a sua verdade dura de geração em geração." Salmo 100

Professor, com a graça de Deus chegamos ao final de mais um trimestre. Durante os encontros dominicais, você e seus alunos, com certeza foram edificados, exortados e consolados mediante o estudo a respeito da Noiva de Cristo. A Igreja não foi estabelecida por homem algum. Ela foi fundada por Jesus Cristo e segue vitoriosa. Você faz parte dessa Igreja, por isso não deixe de cumprir com a sua missão evangelizadora.

Fomos chamados para servir ao Senhor e ao próximo.

Na lição de hoje estudaremos a respeito do que podemos fazer em favor da igreja. Muitos são os desafios do nosso tempo e Deus conta com você. Ele quer usar seus dons e talentos para que a Igreja prossiga testemunhando de Cristo e dando continuidade a obra do Senhor.

Leitura Bíblica em classe: Efésios 5:22-30

INTRODUÇÃO

O título desta lição, “o que posso fazer por minha igreja”, conota a sua participação na igreja local. Ao longo deste trimestre, estudamos a Igreja de Jesus Cristo, com os pontos principais apontados pela Bíblia e pela Teologia. Nesta última lição, vamos delimitar qual é a nossa participação nessa instituição chamada Igreja de Jesus Cristo. Como podemos servi-la melhor, servindo igualmente a Cristo? Como fortalecer pessoas ajudando no ministério local? Como cooperar dentro do Corpo de Cristo?

I. A IGREJA E EU

1. Como Deus vê a Igreja.
Há pessoas que por terem passado por alguma experiência negativa na igreja local, atualmente estão a denegrir a imagem e a concepção da Igreja. Muitos dizem que amam a Jesus, mas não gostam da igreja. Essa é uma frase que vem sendo constantemente pronunciada por muitos que estão feridos e magoados com algum crente. Se amarmos o Noivo não podemos deixar de amar a sua noiva. Deus vê a Igreja como a noiva de Cristo. Não é possível dizer que amo a Jesus e não tolerar a Igreja, pois o destino final da Igreja é estar com Jesus na eternidade.

2. Fazemos parte da Igreja.
Eu e você somos parte de um corpo, a igreja local. E porque ela é tão importante para o nosso crescimento e comunhão? Porque cada igreja local é uma pequena representação do Reino de Deus. Não é possível, até então, todos os salvos em Cristo, os que estão vivos nesta terra e os que estão vivos na glória, reunirem-se como a Igreja Universal em um único lugar. Por isso, as igrejas locais são uma representação do Reino de Deus na Terra.

3. Olhe para Jesus.
Em um agrupamento social, podemos ter desavenças, e isso pode ocorrer mesmo dentro do ajuntamento dos santos de Deus. Entretanto, isso não deve servir de embaraço para servir a Deus na igreja local. Desavenças não podem ser desculpas para deixarmos de congregar ou de servir ao Senhor com nossos talentos e dons.

O autor da Carta aos Hebreus nos desafia a manter nosso foco em Jesus, deixando de lado o pecado, aquilo que nos faz desagradar a Deus, como também os embaraços, coisas que apesar de não ser pecado, tiram o nosso foco da pessoa de Jesus (Hb 12.1).

"Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus." Hebreus 12:1,2

Pessoas são imperfeitas, por isso, olhe sempre para Jesus, pois Ele não nos decepciona.

II. AJUDANDO NO MINISTÉRIO DA IGREJA

1. O ministério da igreja local.
A igreja local é o ponto de partida para que possamos iniciar nossos trabalhos em prol do Reino de Deus. Não podemos desenvolver talentos relacionados ao ministério, seja ele pastoral, evangelístico ou de ensino, se não entendermos que ministraremos para o Corpo de Cristo. E devemos ter um espírito desejoso de aprender, de ouvir conselhos dos obreiros mais experientes e de buscar ser pessoas que somam, e não que dividem trabalhos (Fp 2.3).

2. Servindo aos irmãos.
Ao lavar os pés dos discípulos, sendo Jesus o Mestre, mostrou-lhes como deveriam agir, não com soberba, partidarismo ou desejo de ser grande, mas com o propósito de ser útil, independente da posição que se ocupa (Jo 13.15). Jesus tinha todo o direito de ter seus pés lavados por seus discípulos, mas ensinou por meio do exemplo a forma como devemos nos comportar, servindo aos nossos irmãos.

"Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também." João 13:14,15

Servir a Deus e ao próximo é um privilégio.

Ponto Importante: Fé e obediência devem caminhar juntas.
SUBSÍDIO
O jantar com os discípulos e o lava-pés (Jo 13.1-38)
O capítulo 13 contém o cenário para lidar com dois discípulos específicos. Esta parte da narrativa concentra-se nos últimos dias de vida de Jesus na terra. Ele morrerá durante a época da oferta dos cordeiros pascais no templo de tarde, antes da refeição da noite, que é a Páscoa. Ele será o Cordeiro pascal que João anunciou no capítulo 1.
Jesus sabe que ‘já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai’. Como mencionado antes, a expressão inclui sua morte, ressurreição e ascensão. Antes de partir, Ele quer expressar aos discípulos ‘a plena extensão do seu amor’. Nesta cena do lava-pés, vemos o ato de amor em antecipação ao seu sofrimento na cruz por eles. Trata-se de um ato extremamente humilde de amor que se dá. A expressão deste amor também requer humildade mediante a modelagem e a manipulação da traição.
Lidar com a traição surge cedo no texto. No grego, os versículos 2 a 4 formam uma oração gramatical. A ideia principal, que Jesus levanta do jantar para lavar os pés dos discípulos, é estabelecida no contexto da traição. Comer com alguém era coisa significativa naquela cultura; ser anfitrião denotava proteger todos que vinham, e os convidados responderiam de acordo”(Comentário Bíblico Pentecostal. 1ª Edição. Volume I. RJ: CPAD, 2009, p.572).

III. AGUARDANDO A VOLTA DE JESUS

1. Promessa feita por Cristo.
Um dos fatores mais importantes no Novo Testamento era a certeza da volta de Jesus para resgatar seus santos. A igreja primitiva tinha essa esperança, e nós não devemos perdê-la.

Essa promessa ainda não se cumpriu, e estamos aguardando esse retorno do Rei para buscar sua amada noiva. Em que nos baseamos para acreditar que essa promessa ainda vai ser cumprida?
Na fidelidade de Deus, pois Ele é fiel às suas promessas (2Tm 2.13).

Em seu último discurso, Jesus deixou claro que não nos deixaria órfãos, mas que voltaria para nos buscar (Jo 14.18). Por isso, podemos crer que Ele não se esqueceu de sua promessa. Logo teremos uma grande celebração nos céus para participar.

2. A certeza da sua vinda.
Jesus não marcou uma data para retornar, mas deixou claro que voltaria (Jo 14.3). Além da certeza de sua vinda, temos a consciência também de que seremos levados por Ele para estar na eternidade. Já vemos sinais que mostram que nosso tempo neste mundo está chegando ao fim, e que se aproxima o retorno prometido do Rei. Já vemos levantes contra a Igreja de Cristo em diversas partes do mundo, em um sinal claro de que nosso tempo aqui está acabando.

Pedro já tinha avisado que pessoas sem temor e debochadas iriam colocar em cheque a vinda de Cristo, como se fosse um evento que não aconteceria. Mas Deus tem seus planos, e mesmo que pareça aos nossos olhos demorado o cumprimento dessa promessa, temos um Deus que zela por suas Palavras (2Pe 3.9). Ainda que hajam pessoas entre nós que se esqueceram da volta de Jesus, devemos realçar esse ensino, pois a volta de Jesus, mais do que uma doutrina bíblica, é um evento que vai acontecer.

3. A Igreja que Cristo levará consigo.
Por ocasião da vinda de Cristo para buscar a sua Igreja, no arrebatamento, Jesus levará consigo seus servos e servas fiéis, que nEle esperam e depositam sua confiança. Para várias pessoas esse será um momento de pesar, pois elas perceberão que não creram em Jesus ou não levaram a sério a vida com Deus. Para outras, será um momento de regozijo e alegria. Aguardar a vinda de Jesus é um dever para todos os jovens, pois Jesus há de vir buscar aqueles que aguardam a sua vinda, independente de sua idade. Lembre-se de que em uma de suas parábolas, o Mestre contou a história de dez virgens, damas de honra, que entrariam com a noiva na festa de seu casamento. A noite chegou, e como tardou o noivo, todas essas damas cochilaram. Algumas levaram azeite de sobra consigo, de tal maneira que quando o noivo chegou e elas tinham suas lâmpadas acesas, essas entraram, ao passo que as imprudentes, as que sabiam que deveriam ter azeite de sobra para um eventual atraso do noivo, e não levaram azeite consigo, ficaram de fora da comemoração. Portanto, esteja atento aos sinais do retorno de Jesus. Esteja preparado hoje para a volta do Senhor.

SUBSÍDIO
Bodas do Cordeiro
A Bíblia descreve muitos casamentos. O próprio Deus celebrou o primeiro de todos os casamentos (Gn 2.18-25). Dentre alguns casamentos célebres, podemos destacar o de Jacó e Lia, o de Rute e Boaz, o de Acabe e Jezabel, e o casamento em Caná, onde Jesus realizou seu primeiro milagre.
No entanto, o mais maravilhoso dos casamentos ainda está por vir. Jesus profetizou acerca dele por meio de parábolas (Mt 22.2; 25.1; Lc 12.35,36) e João descreveu o que Deus lhe mostrou em uma visão: ‘Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demo-lhes glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou’ (Ap 19.7).

O anfitrião deste casamento será Deus Pai. Ele é descrito preparando a cerimônia e enviando seus servos para chamar os convidados (Lc 14.16-23). O noivo é Jesus Cristo, o Filho amado do Pai. Em João 3.27-30, João Batista referiu-se a Jesus como ‘esposo’ e a si mesmo como o ‘amigo do esposo’. Em Lucas 5.32-35, Jesus, em uma alusão a sua morte, disse: ‘Dias virão, porém, em que o esposo lhe será tirado, e, então, naqueles dias, jejuarão’.

A identidade da noiva também é evidente. O apóstolo Paulo, a respeito da Igreja, escreveu: ‘[...] porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo’ (2Co 11.2). Posteriormente, aos efésios, ele escreveu: ‘Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela’ (Ef 5.25)” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, pp.105,106).

Deus vê a Igreja como a noiva de Cristo.

CONCLUSÃO

Estar na igreja, servindo ao Senhor e cooperando com o fortalecimento de nossos irmãos até que o Senhor Jesus retorne é uma honra. E cabe a nós cada vez mais usar nossos talentos em prol do Reino de Deus.



Fonte:
Lições Bíblicas - 1º trim.2017 - A Igreja de Jesus Cristo - Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno - Comentarista: Alexandre Coelho - CPAD