sexta-feira, dezembro 28, 2007


Natal de Perdão




Samuel Câmara

Pastor da Assembléia de Deus em Belém



As famílias não estão isentas de conflitos interpessoais. Em qualquer comunidade social cada ser é diferente e tem seus próprios problemas que voluntária ou despercebidamente afetam as relações com os demais. As diferenças de personalidade e caráter são desafios para manter a paz e a unidade familiar.

Às vezes, esquecemos facilmente os nomes de pessoas, datas e compromissos, mas mantemos bem viva a lembrança de ofensas e conflitos. Dizemos que perdoamos, mas quando enfrentamos o ofensor, a dor se reflete em nossas reações e até no tom de voz. Não é fácil perdoar e, com o perdão, esquecer o fato.

Quando Jesus recomendou o perdão como remédio eficaz para restaurar laços quebrados, o fez convicto de que nenhuma atitude é mais apropriada para desfazer ressentimentos, mal entendidos, inimizades e discórdias que o perdão. Há, todavia, muitos que recomendam a vingança e o ódio como alternativa correta e, assim procedendo, ajudam as pessoas a manterem o rancor incrustado no coração com resultados catastróficos na convivência diária.

Em Jesus, encontramos modelo e ensinamentos diferentes, difíceis, porém verdadeiros para fortalecer as relações familiares. Pedro, o apóstolo, perguntou-lhe certa ocasião: “Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, que me faz algum mal?” Jesus respondeu prontamente: “Não só sete, mas setenta vezes sete” (Mt 18.21-24). Com isso, o Senhor Jesus indicou que não há limites para perdoar.

Na oração do Pai Nosso, Jesus ensinou: “Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o teu nome. Venha a nós o teu reino. Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu! O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje. Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos nossos ofensores” (...) “Porque, se perdoarmos aos outros que nos ofendem, também Deus nos perdoará a nossas ofensas. Se, porém, não perdoarmos aos outros, tampouco Deus nos perdoará” (Mt 6.9-15).

Quando, pois, exercemos o perdão, melhoramos nossa qualidade de vida pessoal, espiritual e familiar. Nosso corpo não foi criado para guardar rancor e ódio. O mau humor, e também a ausência de alegria, de amor e paz trazem graves conseqüências sobre o corpo físico, principalmente sobre o sistema nervoso e digestivo, mina a força e a motivação para admirar e amar a vida.

A consciência e prática destes procedimentos ajudarão, em muito, na melhoria da qualidade de vida pessoal e familiar. Seu exercício cotidiano neste sentido o fará cheio de esperanças e ideais para sua família. Ainda que pareça tarde, tente! Mesmo que já não exista motivação para sua família se manter unida, insista mais um pouco. Construa ou restaure sua família com laços de amor e de perdão neste Natal.

O Natal representa a vinda de Jesus a este mundo para nos ajudar a entender melhor as pessoas e poder amá-las e perdoá-las, assim como desejamos que os outros procedam conosco.

Neste cenário de luzes que cintilam por todos os lugares, desde os mais finos palácios e mansões até aos barracos mais humildes, lembremo-nos de que Natal é mais que troca de presentes, mais que fartas refeições e desregradas diversões.

Natal é paz. É reconciliação. É família unida. É Jesus nascendo e sendo convidado para fazer parte da nossa história e vida.

Faça deste Natal um Natal de perdão.

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