sexta-feira, dezembro 21, 2007

DIGA NÃO A MUMURAÇÃO.Sem lenha, o fogo se apaga; e, não havendo maldizente, cessa a contenda. Como o carvão é para o fogo, assim é o homem contencioso para acender rixas. Pv 26.20,21. Jesus fez uma afirmação notável com relação a Judas: "Não vos escolhi eu em número de doze? Contudo, um de vós é diabo". Ele quis dizer que Judas, o filho de Simão Iscariotes, um dos doze, iria traí-L o (Jo 6.70,71). A que Jesus estava referindo-se ao identificar Judas Iscariotes como "diabo"? Será que Ele estava falando no sentido figurado ou factual? Será que Jesus está dizendo que um ser humano pode não apenas "ter" um espírito maligno em sua alma, mas também de fato tornar-se um demônio?

1. A MALEDICÊNCIA

Alguns ensinam que Judas foi tão possuído por Satanás que de fato perdeu sua humanidade. Antes de aceitarmos essa interpretação, lembremo-nos de que, após este apóstolo caído ter entregado Jesus, sentiu tamanho remorso por ter traído Cristo que cometeu suicídio. Será que um demônio poderia sentir remorso pelo pecado? Acho que não. Acredito que Jesus tenha chamado Judas Iscariotes de "demônio" em virtude de algo que, hoje em dia, existe entre muitos cristãos: a maledicência. No Novo Testamento, a palavra grega diabolos, traduzida como "diabo", é traduzida em outra parte como "falso acusador", "caluniador" ou "maldizente". Na verdade, tanto lTimóteo 3.11 quanto 2Timóteo 3.3 traduzem diabolos como "maldizente" e "caluniador". Em outras palavras, na minha opinião, Jesus não está dizendo "um de vós é diabo" em um sentido orgânico ou teológico, mas que um de vós é "um caluniador, um maldizente". Por isso, enquanto os discípulos estavam alardeando sobre sua lealdade a Cristo, Jesus os corrigiu, dizendo: "Sim, eu vos escolhi, mas até entre vós há alguém que é maldizente, cujas palavras eventualmente me entregarão aos meus inimigos".

2.NOS ÚLTIMOS DIAS

O problema da maledicência e da calúnia na igreja, Paulo nos diz, continuará até o fim dos tempos. Leia cuidadosamente o que Paulo escreveu a Timóteo a respeito dos últimos dias: "Os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem" (2Tm 3.2,3). No meio desta lista de grandes pecados de apostasia, o apóstolo inclui" caluniadores". Esta é exatamente a mesma palavra traduzida como" diabo" em João 6.70. Talvez, você conheça pessoas que sempre têm algo negativo a dizer sobre os outros, sempre trazem para as conversas informações negativas sobre as pessoas. Oro para que o Espírito Santo nos revele o quanto a "maledicência" é familiar ao próprio Satanás! As Escrituras dizem que seremos justificados ou condenados por nossas palavras. Sim! Nossas palavras, até mesmo as ditas em segredo para o cônjuge ou um amigo sobre outras pessoas, são usadas por Deus para medir nossa obediência à Sua vontade. Tiago diz: "Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão" (Tg 3.2). As palavras têm poder. A Escritura revela que" a morte e a vida estão no poder da língua" (Pv 18.21). Nossas palavras, expressas como confissão de fé, trazem-nos salvação. Todavia, as palavras destituídas de fé podem levar a nós mesmos e aos outros à destruição e ao desgosto. Tiago 3.8 alerta: "a língua ...é mal incontido, carregado de veneno mortífero". "A língua", diz ele, "é fogo; é mundo de iniqüidade" (v. 6). Veja cuidadosamente como Tiago revela um pensamento mais profundo. Ele diz que a "língua não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno" (v. 6). Satanás consegue acesso ao nosso mundo, a fim de destruir tudo o que é bom e santo neste mundo, pela nossa língua! A existência humana, a direção e a qualidade de nossa vida são "postas em chamas pelo inferno" pelas palavras que pronunciamos! Se falamos coisas negativas ou calúnias contra alguém, o fogo destruidor do inferno é aceso por meio de nossas palavras! Senhor, ajuda-nos a entender o poder de nossas palavras! Creio que Deus quer romper o poder da calúnia e das palavras negativas ditas na igreja! Podemos ter uma análise perfeita do que é errado e por que é maligno e, mesmo assim, se nos restringirmos a falar a respeito, temos de negar nossa lealdade ao inferno. Deus nos chama para sermos uma casa de oração para todas as nações - uma comunidade espiritual madura, completamente capaz de ver o que é errado, mas de posicionar-se para liberar a redenção ao mundo.

3. SE PAULO VISITASSE NOSSA IGREJA HOJE

Imagine se o apóstolo Paulo viesse até uma típica cidade de nosso tempo. Você sabe o que ele poderia dizer sobre nossas divisões? Provavelmente, diria o que disse aos coríntios: "Temo, pois, que, indo ter convosco (...), haja entre vós contendas, invejas, iras, porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos" (2Co 12.20). Isso faz com que você se lembre de alguma igreja? Intrigas? Invejas? Orgulho e tumulto? Como podemos chegar a Deus com estas coisas existindo entre nós? Acredito que Deus queira dar à igreja uma nova forma de chegar-se a Ele. Entretanto, não podemos tomar posse do futuro a menos que deixemos, primeiro, o passado. Talvez, você esteja pensando: "Fulano deveria ouvir tudo isso". Sim, mas espero que comecemos por nós mesmos. Os pastores devem parar de falar mal das pessoas; precisam parar de "deixar escapar" problemas com as pessoas durante os sermões que fazem. Os intercessores devem parar de caluniar as pessoas pelas quais deveriam estar orando. Se discutimos o que é errado durante dez minutos, oremos pela redenção durante 20, De que forma você reage às imperfeições da vida? Você maldiz? Quando você ouve falar do fracasso de alguém, é rápido para espalhar a notícia? Se Jesus estivesse olhando para os cristãos com quem você congrega, diria a você o que disse a Seus antigos apóstolos, que "um de vós é maldizente"? Ainda que você não seja maldizente ou caluniador, deve ter cuidado para evitar" comunhão" com caluniadores e maldizentes. As críticas permanecem incubadas. Paulo avisou que "um pouco de fermento leveda a massa toda".2 Se falarmos com os sábios, ficaremos sábios, mas, se abrirmos nosso coração aos cínicos e críticos, passaremos a ser, na verdade, iguais a eles. É por isso que Jesus disse que deveríamos "atentar" para o que ouvíssemos - pois absorvemos qualquer coisa a que prestamos atenção (Mc 4.24). Portanto, não devemos ouvir o maldizente. Quando Deus nos mostra o que é errado na vida, isso acontece para que possamos orar por redenção e não espalhar notícias pela cidade inteira. A oração tem um foco muito positivo. As pessoas munidas do amor de Cristo têm uma visão espiritual que faz com que vejam, além das imperfeições e limitações do mundo presente, o potencial para o futuro - e oram até que aconteça o que vêem. Lembre-se de que nenhum de nós é perfeitamente correto. Toda vez que julgamos alguém, assumimos a posição de sermos julgados também. De fato, continuamente nos inclinamos em direção à nossa fraqueza. Apenas pela graça de Deus deixamos de cair. No momento em que começamos a julgar ou maldizer outras pessoas em virtude de seus fracassos, chegamos mais perto de nossa própria queda. Que nossas ações e palavras sejam movidas pela misericórdia. Se devemos discutir a situação ou o indivíduo, não nutramos malícia ou má vontade. Que a redenção nos guie - e não a vingança. Que não nos tornemos como aqueles que traem a obra de Cristo na terra, mas nos mantenhamos longe do reino da fofoca, das intrigas e calúnias. “O homem perverso espalha contendas, e o difamador separa os maiores amigos” ( Pv 16.28).

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