terça-feira, outubro 30, 2007



Quem são os “filhos de Deus”, em Gênesis 6? Há controvérsia em torno da expressão hebraica benê’elõhîm, haja vista ela ser mencionada em duas passagens aparentemente correlatas (Gn 6.2 e Jó 1.6; 2.1). Os contextos de ambas, no entanto, não deixam dúvidas de que elas se referem a dois grupos distintos de filhos de Deus. As referências de Jó dizem respeito claramente a anjos, enquanto a do primeiro livro do Antigo Testamento pede uma explicação.
A menção a homens tementes a Deus, em Gênesis 5, é uma prova de que os “filhos de Deus” do capítulo seguinte não são anjos, e sim piedosos servos do Senhor da linhagem de Sete, filho de Adão. Mas essa simples conclusão não satisfaz alguns teólogos — além das Testemunhas de Jeová —, que insistem em afirmar que a passagem alude a seres angelicais que teriam se relacionado com mulheres! Por que essa tese é infundada?
Primeiro: se os mencionados seres fossem mesmo anjos — e nesse caso anjos caídos, posto que os mensageiros do Senhor jamais cometeriam o pecado descrito em Gênesis 6.2 (cf. Sl 103.20) —, não seriam chamados de “filhos de Deus”.
Segundo: não há base no contexto imediato da passagem para considerá-los seres angelicais.
Terceiro: ao comparar Mateus 22.30 e 24.38, vemos que no Céu os salvos serão como anjos, que nem se casam nem se dão em casamento. Entretanto, nos dias de Noé, era exatamente isso que acontecia! As palavras de Jesus, por conseguinte, só confirmam o fato de que ocorreram diversos casamentos mistos entre os “filhos de Deus” (justos) e as “filhas dos homens” (ímpias). Os contextos imediato e remoto de Gênesis 6.2, bem como a análise da expressão hebraica benê’elõhîm não permitem outra interpretação.
Leia a continuação deste artigo (e muito mais!) no Mensageiro da Paz de novembro/2007. Clique na imagem para ampliar.

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