quarta-feira, fevereiro 20, 2008




O Poder da Língua
O banqueiro J. P. Morgan era um homem muito rico e experiente. Bernard Baruch era um jovem e ambicioso empresário que queria muito a sua participação como sócio na exploração de minas de enxofre no Oeste americano. Os geólogos haviam feito um relatório favorável, mas apontaram alguns riscos que deveriam ser superados. Morgan estava visivelmente interessado, até que Baruch disse: “Você já fez jogadas mais arriscadas do que esta”.
Morgan olhou para ele e replicou: “Eu nunca jogo”. A palavra jogo arruinou o acordo. A razão é que Morgan acreditava que investimento era algo respeitável, mas jogo era algo pecaminoso. Uma mera questão de ponto de vista, mas ressaltada porque uma palavra, mesmo proferida inocentemente, custou milhões de dólares.
Isso pode nos levar a pensar que meras palavras – proferidas inocentemente ou ditas de modo malicioso – podem causar danos enormes. Podem arruinar negócios, macular reputações ou destruir os relacionamentos mais fortes. Isso nos fala do imenso poder que a língua tem. Tanto que o sábio Salomão afirmou: “A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto” (Pv 18.21).
Tiago disse: “Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo”. E acrescentou que, para isso, é preciso dominar primeiro a língua (Tg 3.2-8). Nesse texto, ele foi claro e incisivo em sua advertência quanto ao poder da língua, mostrando que é mais fácil controlar um cavalo, dirigir um enorme navio e domar todos os tipos de “feras, de aves, de répteis e de seres marinhos” do que controlar a língua.
E Tiago mostra a razão disso: “Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno”.
“Deixe-me ver sua língua” – é uma das primeiras coisas que um médico diz quando examina um paciente. Freqüentemente algumas enfermidades podem ser diagnosticadas apenas olhando a boca e a aparência da língua de uma pessoa.
Em termos de saúde espiritual, isso é ainda mais verdadeiro, pois a maneira de falar de uma pessoa revela o que se passa em seu interior. Foi por isso que Jesus falou: “A boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12.34).
O que aconteceu com Pedro, na noite em que Jesus foi preso, é prova de que o nosso modo de falar nos denuncia. Ele cometeu o erro de abrir a boca. Quando falou, algumas pessoas reconheceram seu sotaque e disseram: “Verdadeiramente, és também um deles, porque o teu modo de falar o denuncia”.
A maneira como utilizamos a língua, o nosso modo de falar, tudo isso revela muito sobre nós. Nossas palavras mostram educação e refinamento, ou a falta dessas qualidades. Os assuntos que gostamos de discutir apontam nossos interesses principais na vida, pois revelam que falamos sobre as coisas que mais amamos.
Algumas pessoas se acham muito religiosas, mas ninguém contou isso para suas línguas. A esses Tiago diz: “Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã” (Tg 1.26).
Se alguém deseja manter a língua sob controle, comece por fazer a oração do salmista: “Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios” (Sl 141.3). Você topa o desafio?

Samuel Câmara - Pastor da Assembléia de Deus Belém / PA - Igreja Mãe

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